top of page

Como a terapia ajuda no tratamento psiquiátrico

download (5)_edited_edited_edited.jpg

Para uma vida que englobe saúde física e mental, é necessário minimamente uma hora semanal reservada na agenda para olhar para si mesmo(a), para seus conflitos, angústias, dores, ciclos e principalmente olhar para como funcionam seus pensamentos. Não é preciso de um diagnóstico para iniciar o processo de psicoterapia, mas ela pode melhorar o prognóstico drasticamente grande parte dos transtornos de saúde mental. Não é à toa que é considerada como primeira linha de tratamento para a maioria dos transtornos mentais.

   A psicoterapia é um dos principais pilares do tratamento psiquiátrico, independente da sua linha de atuação. Para que um tratamento em saúde mental seja efetivo, não deve ser baseado apenas em medicações. É necessário que junto com o tratamento medicamentoso exista a terapia envolvida, além de atividade física regular, alimentação saudável e mudanças nos hábitos e estilo de vida.

 

   A terapia é fundamental para o bem estar de todos nós. É a mais importante ferramenta de autoconhecimento descrita até hoje. No contexto de transtornos mentais, o psicólogo pode dar apoio para identificar o surgimento da doença, perceber os gatilhos internos e externos que provocam o sua piora e encontrar estratégias para lidar com os sintomas e consequentemente melhorar a qualidade de vida.

 

   Assim, pessoas que lidam com transtornos, em terapia aprendem a identificar os sintomas precocemente e manejar suas crises mais graves, evitando maiores consequências. A terapia também tem importante papel em ajudar a enfrentar pensamentos disfuncionais. A ideia é ensinar o paciente sobre a sua doença, e assim propiciar mais consciência e autonomia.

 

   Mas lembre-se: não é preciso de um diagnóstico para iniciar o processo terapêutico! Muito pelo contrário. O ideal é que TODO mundo faça terapia. Todos temos angústias e sofrimentos que precisam ser olhados e cuidados, e quanto mais precocemente melhor! Para uma vida minimamente saudável, que englobe saúde física e mental, é necessário pelo menos uma hora semanal reservada para olhar para si mesmo, para seus conflitos e pensamentos. O processo terapêutico proporciona grande ganho sobre a qualidade de vida como um todo. E além disso, é possível evitar desencadeamento de doenças e sofrimentos mentais mais graves em um futuro próximo. 

           -- Sabe aquele humor disfórico (mal humor) recorrente na maioria dos dias da semana? Sabe aqueles pensamentos acelerados e preocupados difíceis de evitar, e que dificultam você estar presente e curtir os momentos felizes de forma plena? Sabe aquele sentimento de culpa que você não sabe nomear mas que você sente quase todos os dias? Então, todos esses tipos de humores e sentimentos parecem ser banais, mas não são! Tudo isso merece ser olhado e cuidado por um profissional antes que se transformem em problemas maiores para sua saúde. 

 

   O tratamento psicológico ajuda a perceber melhor o nosso próprio funcionamento. Nos faz entender como lidamos, nomeamos e descrevemos as nossas próprias emoções. Como são as nossas relações, tanto internas quanto externas. Como nos relacionamos com nossos objetivos de vida. Como reconhecemos ou não reconhecemos os nossos próprios valores. Como olhamos e sentimos a nossa história, nossos passados, nossos traumas e culpas.

 

   Essas e muitas outras questões serão discutidas em sessão. O objetivo é trazer essas questões à tona, de uma maneira mais clara e mais prontamente acessível à linguagem. Ao fazer psicoterapia, conhecer-se melhor e dar início a hábitos mais saudáveis, é possível mudar a mentalidade e consequentemente, mudar a vida.

   Eu tenho feito terapia religiosamente vai completar 5 anos agora (religiosamente, digo, semanalmente e com pausas somente durante as férias). Antes disso, tinha ido e voltado de diferentes terapeutas várias vezes quando era mais nova, mas nada que tivesse durado mais de um ano. Mas em 2020 encontrei alguém que eu me identifiquei e aí tudo mudou. Aos poucos, fui me apaixonando pela pessoa que hoje considero minha primeira analista. Foi quando comecei a investir tempo e dinheiro nesse processo. Comecei a me aprofundar em mim mesma.
 

   E a partir daí, minha vida mudou. Digo, a minha maneira de pensar mudou. Mas pra mim isso significa que minha vida mudou. Vamos ser sinceros: nós vivemos dentro das nossas próprias mentes o tempo todo, desde sempre e pra sempre. Nós somos as vozes da nossa cabeça. Nós conversamos com nós mesmas(os) o tempo todo. Então, mudar os mecanismos e vícios acumulados no meu pensar, com certeza mudou a minha vida. E me mudou por completo.
 

   Quero deixar claro que, eu ainda tenho vários sofrimentos, tristezas, frustrações e traumas. A terapia não te tira nada disso. Isso é iminente à vida. A terapia não me ensinou a não sentir dor ou a não sofrer. A análise não me tirou a tristeza. Na verdade acho que foi bem o contrário. A terapia me fez olhar para minha dor, e me ensinou a senti-la. Às vezes parece que estamos enfiando o dedo bem fundo e cutucando a ferida. Em muitas sessões eu ia embora com a sensação de que o processo que estava me fazendo pior e fazendo doer mais. Mas aí, depois de alguns dias, semanas, meses ou anos… O tempo passa e você se pega pensando: nossa, eu sei lidar muito melhor com isso agora. A dor está lá, mas ela não me desestabiliza. Eu não ajo baseado no meu próprio sofrimento. Eu sou livre para seguir o meu desejo e procurar o melhor para mim. Eu não devo nada pra ninguém e essa vida é minha. Essa trajetória é minha e a minha felicidade é minha responsabilidade e de mais ninguém.

 

   A terapia me ensinou a merecer tudo de bom que essa vida tem pra me dar, apesar de todas as dores e feiuras desse mundo. E aí você ressignifica a sua dor, e ela não te tira mais do eixo. Hoje eu me sinto capaz de ressignificar as minhas dores, sei que sou forte o suficiente para isso graças ao meu processo de terapia. E assim me sinto mais forte para batalhar e viver nisso tudo que é a vida.

   Quando falamos, conseguimos ressignificar o que sentimos. Nem tudo o que pensamos é verdade. Ter alguém atento para perceber e traduzir os pensamentos e repetições que passam na nossa cabeça… é tão importante. É importante porque nem todas as vozes da nossa mente são verdade. E é muito importante alguém especializado nos ajudar a distinguir e traduzir as nossas vozes internas e sensações físicas que os sentimentos causam no corpo.

   Nós, seres humanos, somos seres de linguagem. Nós precisamos descrever, narrar e nomear as coisas e sentimentos para que elas façam mais sentido. E esse processo nem sempre é fácil, aliás, por muitas vezes, pode ser doloroso. Porém, em curto a médio prazo, se mostra muito efetivo para nosso bem estar e melhora de nossa vida de uma maneira geral.

Por Giovana E. Ribeiro

   Quando fiquei sóbria, aprendi que sentimentos ruins são campainhas que me interrompem, me fazem entrar em pânico, mas que me deixam um pacote interessante. A sobriedade é a decisão de parar de entorpecer e afastar sentimentos ruins e começar a abrir a porta. Então, quando parei de beber, comecei a deixar meus sentimentos me atrapalharem. Foi assustador, porque eu sempre supus que meus sentimentos fossem tão grandes e poderosos que permaneceriam ali para sempre e, no fim, me matariam. Mas meus sentimentos difíceis não permaneciam para sempre, e eles não me mataram. Em vez disso, eles vinham e iam, e depois me deixavam com algo que eu não tinha antes. Esse algo era autoconhecimento

   Sentimentos difíceis tocavam minha campainha e depois me deixavam um pacote cheio de informações novas em folha sobre mim mesma. Essa informação nova era sempre exatamente o que eu precisava saber para dar o próximo passo na minha vida com confiança e criatividade. Acontece que a coisa de que eu mais precisava estava no lugar de que eu fugira a vida toda: a dor. Tudo o que eu precisava saber para depois estava dentro do desconforto de agora.

   À medida que eu praticava permitir que meus sentimentos difíceis viessem e ficassem pelo tempo necessário, consegui me conhecer melhor. A recompensa por suportar esses sentimentos difíceis foi descobrir meu potencial, meu propósito, e reconhecer as minhas pessoas. Sou imensamente grata. Não imagino uma tragédia maior do que permanecer para sempre desconhecida de mim mesma. Esse seria o maior autoabandono de todos. Então, parei de ter medo dos meus próprios sentimentos. Quando sentimentos difíceis tocam a campainha, visto minhas roupas de menina crescida e atendo a porta.

Glennon Doyle - livro Indomável

Recomendações

Série: O meu lado invisível - Apple TV+ 

Oprah Winfrey e Príncipe Harry têm uma conversa sincera sobre saúde mental. Esta série apresenta histórias esclarecedoras que nos dão a oportunidade de buscar a verdade, a compreensão e uma nova esperança para o futuro.

Talvez você deva conversar com alguém,
Livro por Lori Gottlieb

Uma jornada emocionante de autodescoberta, uma homenagem à natureza humana e um lembrete sobre a importância de sermos ouvidos, mas também de sabermos ouvir. Um livro sobre a importância dos encontros, dos afetos e da coragem de todos os que partimos para a aventura do autoconhecimento.

bottom of page