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Será que é TDAH?

 O TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade) é uma alteração do neurodesenvolvimento, caracterizado principalmente pela soma de sintomas de hiperatividade, impulsividade e desatenção que se iniciam na infância e na adolescência.

     O TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade) é uma alteração do neurodesenvolvimento, caracterizado principalmente pela soma de sintomas de hiperatividade, impulsividade e desatenção que se iniciam na infância e na adolescência.
 

     Existem esses três agrupamentos de sintomas, mas o transtorno pode se manifestar de formas diferentes em cada indivíduo e causar grau de prejuízos diferentes em cada um também.
 

     Sempre iremos nos perguntar: será que existem mais pessoas com TDAH hoje em dia ou será que estamos fazendo mais diagnóstico do que antes? Essa é uma pergunta que não saberemos a resposta. Mas, sabemos que, por conhecermos mais da condição hoje em dia, muitas pessoas recebem o diagnóstico mais tardiamente, já na idade adulta.
 

     O problema é que, na idade adulta, o TDAH não se manifesta necessariamente com sintomas de desatenção e hiperatividade.
 

     Quando se trata dos sintomas na vida adulta, podem existir quadros “não tão típicos” assim. Isso faz com que na maioria dos casos, o diagnóstico e tratamento sejam tardios o que pode causar danos mais graves e mais tempo de sofrimento para o(a) paciente.

   Sintomas do TDAH durante a vida adulta

     Os sintomas “clássicos”

     Os sintomas de hiperatividade, impulsividade e desatenção geralmente estão presentes em pacientes com o TDAH na vida adulta. Porém, esses podem se apresentar de forma diferente das crianças.
 

      Alguns exemplos são:
 

  • Dificuldade de sustentar atenção por tempo prolongado;

  • Dificuldade para prestar atenção em um filme ou livro, por mais que esteja interessado(a);

  • Tendência a interromper a fala dos outros;

  • Agir impulsivamente, com senso de “urgência”;

  • Esquecer eventos e compromissos;

  • Atrasos;

  • Procrastinação excessiva;

  • Desorganização em diversas áreas da vida;

  • Dificuldade de focar a audição em ambientes com muitos sons;

  • Dirigir de forma impaciente;

  • Incoordenação (desastrado(a), derruba as coisas);

  • Dificuldade em atividades motoras finas;

  • Inicia várias coisas mas consegue finalizar poucas, dificuldade de cumprir ideias até o fim;

  • Inquietação,

  • Dificuldade de ficar parado(a);

  • Tendência a se envolver em situações de risco;

  • Tendência a compulsões (comidas, compras, drogas e outras);

 

     Esses sintomas se apresentam de forma diferente em cada pessoa. A maior parte das pessoas irá apresentar os sintomas de forma combinada, ou seja, apresentando tanto desatenção como hiperatividade e impulsividade. 
 

     Já outras pessoas, podem ter apresentações mais específicas. Por exemplo, existem pessoas que denominamos como subtipo desatento, nesses casos o(a) paciente não apresenta impulsividade e hiperatividade, os sintomas baseiam-se principalmente em desatenção. Vale lembrar também que essa apresentação é mais comum nas mulheres.
 

     Nas meninas adolescentes e nas mulheres adultas, prevalecem os sintomas de desatenção quando comparados aos sintomas de hiperatividade e impulsividade. Por isso, pessoas do sexo feminino possuem maior risco de desenvolver depressão associada ao quadro de TDAH.
 

     A apresentação dos sintomas também podem mudar de acordo com o desenvolvimento e situação de vida da pessoa. Por exemplo, existem pessoas que podem apresentar um subtipo combinado na infância, mas desenvolver um subtipo desatento na vida adulta. Essa evolução pode existir ao longo do tempo.

 

    Desregulação emocional
 

      A desregulação emocional do TDAH gera intenso sofrimento. Isso porque, essas pessoas têm dificuldade em regular as emoções como raiva, frustração, angústia, ansiedade e outros. Essa dificuldade resulta em impulsos reativos do humor.

      Alguns exemplos são:

  • Explosões de raiva, impulsividade e/ou agressividade;

  • Oscilações de humor;

  • Irritabilidade e impaciência;

  • Ansiedade;

  • Depressão;

  • Angústia ou sofrimento intensos sobre situações do cotidiano;

  • Sofre muito quando uma ideia sua é rejeitada ou incompreendida;

  • Baixa autoestima.

     Esses sintomas podem trazer sofrimento grave pois afetam as relações pessoais próximas e amorosas do indivíduo. Prejuízos na vida afetiva, social e acadêmica podem estar presentes.

    Hiperfoco

    O que muita gente não sabe é que o hiperfoco também é um estado comum do TDAH. O TDAH é genericamente conhecido pela dificuldade de se concentrar. Porém, em compensação, quando o(a) paciente gosta de alguma coisa ou de alguma tarefa, ele(a) pode entrar em estado de hiperfoco, que é quando consegue se dedicar intensamente em uma única coisa por longo período de tempo.


     Esse estado consiste na concentração máxima e duradoura em uma única tarefa. Ocorre quando o paciente encontra algo que o interesse e roube o seu foco (seja um projeto ou um jogo), ele(a) pode passar horas com a atenção totalmente focada naquela atividade, deixando outras atividades básicas de lado, como por exemplo se alimentar, tomar banho, ir ao banheiro e etc.

 

     Devemos lembrar, que apesar de ajudar no rendimento das pessoas com o transtorno, esse estado é um estado neurotóxico para o sistema nervoso central e para o cérebro do indivíduo podendo causar danos à saúde.

    Outros transtornos relacionados ao TDAH

     O diagnóstico pode ser confuso nos casos de pacientes que usam outras substâncias psicoativas, como álcool, medicações ou cannabis. O problema é que pessoas com TDAH também possuem o risco aumentado para abuso e dependência de substâncias. Privações ou qualidade prejudicada do sono, o que também prejudica o nível de atenção e o que confunde o diagnóstico.

     

     Outros transtornos mentais também podem estar sobrepostos ao TDAH (isso significa que podem existir ao mesmo tempo que o déficit de atenção). Os principais são depressão, ansiedade, transtorno bipolar e transtorno de personalidade.

 

     E o contrario também funciona: o TDAH também pode ser um fator de risco para outros transtornos - os sintomas podem levar o(a) paciente a ficar constantemente preocupado(a), ansioso(a), se culpabilizando, e assim, gerando quadros de ansiedade e depressão sobrepostos à condição de base.

 

     Não é incomum que pessoas com TDAH procurem ajuda médica quando estão com sintomas como ataques de pânico, insônia, ansiedade ou depressão.

 

     Em casos mais graves, os quadros de TDAH podem acarretar em transtornos disruptivos ou transtornos de personalidade - uma criança com o TDAH que teve o tipo de educação e aprendizagem muito punitiva ou agressiva, pode se agravar para quadros comportamentais na vida adulta.

 

     O ambiente em que o indivíduo está inserido durante a infância, principalmente o familiar e o escolar irá influenciar significativamente no percurso da doença e por isso, é importantíssimo que a família e a escola sejam orientadas em como lidar com o transtorno quando tratamos de crianças.

    Diagnóstico na vida adulta

     Em adultos, o diagnóstico deve ser feito de maneira retrógrada: devem ser caracterizados sintomas que se iniciaram antes dos 12 anos de idade. O ideal é que familiares ou pessoas de convívio na infância ajudem a relembrar como o(a) paciente era na infância, na escola e ajudar a entender a história clínica.

 

     Os sintomas do TDAH tende a remitir ao longo da vida em metade dos casos, na outra metade tendem a se perdurarem durante vida adulta.

 

     Os sintomas não devem ser presentes em apenas uma área da vida. Sendo um funcionamento global do indivíduo, os sintomas e prejuízos serão encontrados em mais de um ambiente da vida (seja profissional, acadêmico, relacionamentos, amizade, organização pessoal ou outros).

 

     Sendo assim, para que um bom diagnóstico seja feito deve haver investigação sobre a infância e o desenvolvimento de maneira adequada e se possível conversar com familiares e cuidadores que estiveram presentes em sua infância.

 

     Há também a possibilidade de remissão do transtorno após a vida adulta. Portanto, se você teve esse diagnóstico na infância, é interessante fazer uma reavaliação médica.

 

     Se você tem esses sintomas ou conhece alguém que está em sofrimento, procure ajuda. O transtorno existe tratamento que proporcionam alívio dos sintomas e melhora da qualidade de vida e funcionalidade.

 

     Procure atendimento médico ou profissional em saúde mental.

Por Giovana E. Ribeiro

Fontes: 

Vencendo o TDAH Adulto: Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade por Russel A. Barkley

Mentes inquietas: TDAH - desnatação, hiperatividade e impulsividade por Ana Beatriz Barbosa Silva

AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION - APA. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5. Porto Alegre: Artmed, 2014.

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