top of page
IMG_2623_edited.jpg

Transtorno de
personalidade borderline

Instabilidade nas relações, instabilidade do humor, tendência à impulsividade, medo de abandono… Esses são alguns sintomas comuns do transtorno de personalidade borderline (TPB). Mas existe tratamento e melhora do sofrimento. Vem ler mais aqui.

   O transtorno de personalidade borderline é caracterizado por um padrão de instabilidade nas relações interpessoais, da autoimagem, do humor e tendência à impulsividade. Os sintomas costumam iniciar na adolescência e no começo da vida adulta e interferem na qualidade de vida da pessoa em vários contextos.
 

   Sintomas e sentimentos comuns do transtorno

   Disfunção emocional: reações de raiva exacerbadas, sensibilidade às mudanças, sensação de abandono constante. Acessos de raiva e dificuldade em controlá-la, resultando em explosões verbais e emocionais podem ser comuns. Brigas físicas podem ser recorrentes. Após essas explosões, a pessoa costuma ter grande sentimento de culpa, o que intensifica mais o ciclo de sofrimento.

 

   Sentimento de desvalorização constante. A pessoa se sente constantemente desvalorizada e pouco amada pelas pessoas ao seu redor. Por mais que essa desvalorização seja imaginada, há uma sensação de abandono constante e perturbadora, onde o paciente tende a realizar esforços desmedidos para que não seja ou não se sinta abandonado(a). Por exemplo, uma fala ou simples gesto pode ser interpretado como insuficiência de amor, como menosprezo, rejeição ou forma de abandono. Desconfiança em excesso, ciúmes extremo mesmo sem indícios de traição são comuns. Também há  tendência a achar que os outros estão sempre contra ele(a), falando mal pelas costas, entre outros.

 

   Padrão de relacionamentos intensos e instáveis (caracterizado pela alternância entre extremos de idealização e desvalorização). Uma hora o parceiro(a) é considerado uma pessoa perfeita. Dali pouco tempo, após certa situação ou gesto, o mesmo pode se tornar a pior pessoa do mundo. Uma hora ama e dentro de pouco tempo passa a odiar. Esse padrão pode resultar em dificuldade em ter um relacionamento estável e tranquilo. Comum os pacientes com TPB se envolverem em relacionamentos abusivos. Também é comum que a manipulação emocional seja feita pelo próprio paciente.

 

   Esforços desesperados são feitos para evitar abandono, seja ele real ou imaginado. Dificuldade extrema em lidar com frustrações, separações e términos. Em casos mais extremos, ao se sentirem abandonados, ameaças de suicídio e/ou automutilação podem acontecer.

 

   Comportamento ou ameaças suicidas e comportamento automutilante. Comum a prática de automutilação em pacientes com esse transtorno. É comum os pacientes ameaçarem suicídio, e 10% desses chegam a cometê-lo.

 

   Impulsividade em pelo menos duas áreas potencialmente autodestrutivas. Gastos, sexo, abuso de substância, direção irresponsável, compulsão alimentar entre outros.

 

   Sentimentos de vazio crônico, que geralmente são descritos como a causa de automutilação e/ou de comportamentos de impulsividade. 

 

   Instabilidade e alterações da autoimagem. Pacientes também podem mudar de forma abrupta e radical sua imagem, como roupas e cabelo e até mesmo seus objetivos, valores, opiniões, carreiras ou amigos.

 

  Fatores de risco e tratamento
 

   É comum histórico de infância com relações abusivas, violência física, sexual ou moral, história de abandono, cuidadores com abuso de substâncias, entre outras dificuldades. Na adolescência é comum nas primeiras relações de amizades e relacionamento amoroso que comece a apresentar esse padrão de sentimento de desvalorização, medo intenso de abandono e manipulação emocional. Os pacientes com o transtorno também costumam ter maior tendência ao abuso de substâncias, além de outras comorbidades associadas como ansiedade e depressão.

 

   Se você identificou esse padrão em você ou em alguém próximo, procure por tratamento especializado em saúde mental, especialmente por psicoterapia. Estudos comprovam que o tratamento psicoterápico é mais efetivo ao longo prazo do que os tratamentos medicamentosos quando tratamos de transtorno borderline. Em casos de sintomas depressivos, ideação suicida ou sofrimento mais grave, busque por atendimento médico adequado. Não deixe de buscar ajuda.

Existem tratamentos efetivos para os sintomas e os sentimentos podem ter alívio levando a uma melhor qualidade de vida.

Por Giovana E. Ribeiro

Referências bibliográficas AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION - APA. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5. Porto Alegre: Artmed, 2014.

bottom of page